Saiba mais sobre Como passar tubulações por vigas
Uma ocorrência comum durante a execução e planejamento de obras é perceber que não é possível passar uma tubulação hidráulica ou de ar condicionado por uma determinada região sem rebaixar o forro ou atravessar a viga. Muitas vezes é preferível a furação a alterar as características da arquitetura da edificação.
A utilização de novas tecnologias, como o BIM (Building Information Modeling) auxilia na detecção dessas interferências e possibilita ter uma obra melhor e sem improvisações. Com essa tecnologia, cria-se um modelo virtual tridimensional da edificação aonde se reúnem todos os sistemas (estrutura, arquitetura, hidráulica, elétrica, etc) e são verificados conflitos e o atendimento de todas as demandas.
Quando surge a necessidade de se atravessar a viga, esta passagem deve ser feita evitando danos à estrutura, sendo previsto antes em projeto e analisado pelo projetista de estruturas. Na obra então, pode-se deixar previsto o vazio na viga durante a concretagem para que não seja necessário depois abrir o furo na viga com martelete.
As tubulações hidráulicas não devem ser executadas de forma solidária à estrutura, devendo ser previsto um furo maior do que o diâmetro do tubo. Isso porque a estrutura pode sofrer pequenos recalques e dilatações que podem causar danos e até o rompimento do tubo. Deve-se prever um furo com dimensão um diâmetro comercial maior do que o do tubo a ser passado ou pelo menos 2,5 cm de folga.
Para que a furação seja possível, deve-se buscar que seja feita abaixo da linha neutra na região central da viga e acima desta na região próxima à apoios intermediários, ou seja, busca-se a região tracionada da viga.
- De acordo com a NBR 6118:14, que trata das estruturas de concreto, os furos horizontais devem atender alguns requisitos:
- Distância de um furo à face mais próxima da viga deverá ter no mínimo 5 cm e duas vezes o cobrimento;
- O furo deverá estar na zona de tração e com distância mínima de duas vezes a altura da viga de apoio;
- O furo poderá ter dimensão máxima de 12 cm e um terço da altura da viga;
- Distância entre face de furos de duas vezes a altura da viga quando no mesmo tramo;
- Quando há conjunto de furos, a distância entre as faces deve ter no mínimo 5 cm ou o diâmetro do furo, com um estribo entre furos;
- Para furos verticais, a dimensão máxima do furo será de um terço da largura da viga, no máximo. Também deve-se respeitar distância de 5 cm e duas vezes o cobrimento.
Uma recomendação simplificada, que muitas vezes é passada por projetistas de estruturas e reduz a probabilidade de o furo não ser possível, é de respeitar a distância de 20 cm entre furos e faces de pilares e vigas, sempre executando a furação na região tracionada da viga. Essa recomendação não exclui a análise de cada furo pretendido por parte do calculista de estruturas.